terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sempre te espero chegar quando abro minha janela.
Enquanto não chegas, o mundo passa por meus olhos e parece nada fazer sentido: catástrofes, antes raras, enchem o cotidiano; crimes se multiplicam e se vê, a cada dia, que mais se mata por vingança, ódio e até dizem que por amor se mata mais; economias sólidas e ditaduras inabaláveis desmoronam...
E a tua janela, sem luz, continua fechada.
O tempo - correndo para muitos -, zomba de mim que me iludo em acreditar no seu lento andar.
Meu coração anuncia, num salto: luz na tua janela!
Não posso te ver, mas sei que estás presente. Às vezes, isso até me basta. Mas só às vezes. Poucas vezes. Queria, mesmo, é ver teu rosto, teu sorriso, ouvir tua voz, ou, ao menos, um aceno, um olá.
Tantas lembranças enquanto fixo o olhar na luz acesa... tanta vontade de poder te fazer ter a mesma vontade...
Não sei quanto tempo se foi... já foi? Não vi quanto tempo. Parece pouco, mas deve ter sido muito...
Nenhum movimento na tua janela, só a luz acesa.
Quantas vezes, e tudo igual, e, de novo, nada...
Também enxergas luz na minha janela e também sabes da minha presença. Parece ser o bastante.
Com nossas janelas abertas, parece que só nos permitimos a solidão como companhia.
Mas, inexplicavelmente, deixamos a luz acesa, como nos dizendo: estou aqui.




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